sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ressonância Social

Ressonância Social
[Depois de muito tentar, eu chego à conclusão que não dá pra colocar coisas subscritas/sobrescritas aqui¬¬]
Ouvindo - Ozzy [*Preparando para o show*]
Postulado:

Ressonância. Fenômeno que [os cientistas-san acham que] acontece em moléculas com mais de uma estrutura de Lewis possível.
Tudo começa com a história triste da partida do hidrogênio do ácido nítrico. Antes, eram um HNO3 feliz, alegre e contente. Agora, já na forma ionizada NO3-, há uma carga sobre o oxigênio que foi abandonado pelo H+, restando apenas o elétron do mesmo. Pobre oxigênio. Porém, não é bom para a molécula ter um oxigênio emo lamentando a partida de seu parceiro cuja massa atômica costuma ser 1. Para que isso não aconteça, em certo momento, o oxigênio com dupla ligação rouba o par da ligação pi, ficando com a carga do emo para si. Em compensação, o emo fará uma segunda ligação, diminuindo sua carga deprimente.
O problema é que o oxigênio compreensivo que resolveu ajudar o oxigênio solitário recebe a carga negativa para si. Por sua vez, o terceiro oxigênio que ainda não apareceu na história eventualmente vai fazer a mesma coisa que seu vizinho compreensivo fez. Resultado: A carga negativa que o hidrogênio ingrato deixou ao ir embora vai se revezando em cada um dos oxigênios da molécula, três no caso do nitrato. No final das contas, todas as três ligações vão ser iguais, um intermédio entre ligação simples e dupla, em que todos os três oxigênios têm uma parcela da carga negativa. Isso de certa forma estabiliza o composto, como é o caso do benzeno, que por ressonância tem diversos elétrons paralelos à molécula que "pertencem" aos seis carbonos.

Enfim, todos devem estar se perguntando por que diabos o postulado se chama "ressonância social" se só fala de ressonância. É que toda essa abobrinha de oxigênios emos e etc pode ser passada pra vida real. Não que emos façam ressonância entre si, já que todos têm carga (Negativa). Mas em um grupo "ácido nítrico" de pessoas, em que um dos oxigênios tenha uma ligação um pouco mais colorida com o hidrogênio, pode acontecer do hidrogênio ser ionizado por um alguém qualquer e deixar o grupo/composto com uma bela carga negativa pra tratar. E que, por efeito de ressonância, tende a se espalhar por todas as pessoas/oxigênios do nitrato. Nada agradável. Para evitar ionizações indesejáveis que provocarão, por ressonância, uma pseudo-carga negativa nas suas costas, procure formar grupos/compostos que não tenham tendência ácida. Por exemplo: O grupo/composto amônia está sempre disponível a receber mais um elemento, no caso, o Sr. Hidrogênio (Me fez lembrar a piada do Sr. Hidrogênio Pontes^^). Diferentemente das pessoas que ficam mal com a saída do H+ no ácido nítrico, o pessoal da amônia fica com carga positiva ao receber o H+.

Pra resumir, a ressonância social é o efeito de "descentralização de carga" que acontece em uma molécula/grupo de pessoas que por alguma razão foram ionizados. Até ajuda, evitando que a carga fique sobre uma só pessoa, mas ainda assim, é melhor evitar. Cuide bem dos átomos da sua molécula de amigos, pois nunca se sabe quando vai vir um elemento junto com vários catalisadores pra tentar ionizá-la.

[Dedicado a 4 elementos ionizados período passado, por uma base de Lewis forte demais =/]

Post by [AuCl4]-, ou Juliano :)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Rio de Janeiro

O Rio De Janeiro...

Esse é um postulado duplo, escrito pelas duas pessoas metidas a escritores desse blog. Ele não tem a ver com química, mas é nosso e valeu o 10 no nosso G2 de geografia. ^^
Aí vai:


“O Rio de Janeiro continua lindo”. Cantado em verso e prosa, o clima de festa carioca sempre foi motivo de curiosidade.
O que poucos sabem porém, é o que acontece no raiar da lua, no underground carioca. Um mar de seres se joga às ruas, tortos, já gastos apesar da pouca idade, vítimas (seriam mesmo?) de uma vida agonizante nos becos escuros. Eles saem à procura de alimento, a procura de alguém a quem servir. Bichos escrotos que vagam pela penumbra, o dia é seu inimigo. Ao nascer do sol recolhem-se feito baratas pelas frestas apertadas entre os olhares de repúdio fingido.
São verdadeiros castelos de areia, construídos para durarem somente algumas horas. Um reino proibido que atrai os santos-de-pau-oco. E refestelam-se entre peitos e coxas e coroas de canábis. A noite dos contrastes (não que o dia não os possua) em que de um lado uma bandinha desconhecida toca música ao vivo no point mais badalado da cidade, e de outro um fétido indivíduo exige ser notado.

-- Trecho by Mr. V

Muitos que vêm de fora do Rio tem uma visão curiosa sobre a cidade que resolveram visitar: Alguns imaginam um paraíso tropical utópico onde todas as mulheres são louras de biquíni tomando sol em Copacabana e todos os homens têm vinte e três anos, um metro e noventa de altura e barriga tanquinho. Outros vêem a cidade como um inferno muito pior que as guerras no oriente médio, onde se anda pela rua desviando de balas e pulando cadáveres, e o ambiente cheira a maconha e pólvora.

A verdade é que, enquanto nenhum dos dois pontos de vista está correto, ambos são visões aproximadamente realistas do Rio de Janeiro de hoje em dia. Embora ainda não se ande por aí pisando em cadáveres, nem tudo é um “Bossa Nova dream”. De manhã, as praias fervilham de juventude e beleza; o Cristo refulge de braços abertos para todos e a cidade inteira apresenta um ar de utopia tropical. De noite, o som dos carros indo e vindo pela avenida Brasil é substituído por distantes “tunt-tunt” vindos das raves; e fulguram luzes vermelhas nos prostíbulos.

As estrelas trazem consigo uma mudança drástica na Cidade maravilhosa. Enquanto o dia-a-dia pode ser confundido com mais um filme estadunidense relatando a América latina tropical, o noite-a-noite revela uma estranha faceta em que diversão é sinônimo de ecstasy, felicidade é sinônimo de R$50,00 a hora e as ruas são sinônimo de dormitórios.

Enquanto isso, no palácio do planalto e arredores, o Rio parece mais esquecido que a cidade perdida de Tenochtitlán. Enquanto saboreiam suas pizzas, os políticos discutem todo o tipo de devaneio, em que, contudo, ninguém parece se lembrar do que um dia foi a capital do império, e agora é a capital do turismo, do tráfico, do lazer, da violência...

Desta forma, é mais do que necessário levantar um debate sobre o lado “oculto” da cidade que todos insistem em chamar de maravilhosa. Fica a critério de cada um classificar a cidade de contrastes como achar mais adequado.


-- Trecho by Yami Kishi (Ou Juliano, tanto faz...)