terça-feira, 7 de abril de 2009

Post Químico Analítico Qualitativo

De Volta à Atividade Iônica!

Nesse grande tubo de ensaio que é o mundo, imagine a quantidade de substâncias que não podem estar contidas dentro dele? A quantidade de reações que não podem acontecer dentro dele? E sobretudo, as espécies que podem estar solúveis na mesma fase que você?
Entra em cena a Química Analítica Qualitativa, também conhecida como "ciência que identifica os íons da sua amostra" ou "aquela matéria que você passa só fazendo prát... esquece". Passando para o lado abstrato que é esse blog, a Quali seria uma espécie de instrumento que te mostrasse as pessoas/íons a sua volta. Imagine se você tivesse o poder de dizer a carga, o raio, a eletronegatividade, a família e o período de uma pessoa perto de você? Útil.
Deveríamos, então, buscar essa poderosa arma pra quali-ficar as pessoas a nossa volta... como fazer isso?

Uma das formas mais simples de identificar o íon/pessoa é precipitar. Junte ele com aquela sua amiga ânion que dá elétrons fácil, fácil. Ele vai ficar boiando em solução? Nunca! Vai precipitar. Dependendo das características do ca-sal formado, dá pra descobrir como aquele íon realmente é.

Outra forma interessante de descobrir aquele seu amigo meio positivo, por exemplo: complexe ele. Encha a solução dele de cargas negativas e veja como ele se comporta com tantas moléculas tentando se ligar. Fácil de descobrir como ele se comporta.

Mais uma técnica legal é tentar brincar com o meio onde ele vive. Sabe aquela pessoa básica, que simplesmente predomina naquela solução? Que tal mudar o pH? De repente você descobre que a sua amiga básica é uma verdadeira sulfeto, quando as coisas começam a ficar ácidas demais ela simplesmente dá o fora da solução na forma do gás sulfeto de hidrogênio.

Pois é, já deu pra notar que essa tal de analítica é uma festa pra quali-ficar as pessoas à sua volta. Quem sabe você até acha um íon que combine com você?

Mas...

Você acaba de fazer todos os testes. Descobriu o íon da sua vida molecular. Ele precipita na presença do seu íon. Complexa apenas quando é energeticamente favorável pra vocês. É estável durante seus altos e baixos (valores de pH). Você está pronto/a pra colocar essa substância na sua solução, junto de você. De repente, assim que você adiciona ele na sua amostra, você faz a descoberta bombástica. Ele não era o que você achava que fosse, é apenas um composto mascarado por outro. Toda aquela afinidade pela sua solução estava na verdade mascarando o composto horrível que ele é.

Para evitar dramas desse tipo, não se esqueça de usar reagentes que destruam agentes mascaradores! Eles podem dar um falso positivo :)

Pronto, agora sim. O íon é perfeito, nada está mascarando ele, estável em variação de pH, blá blá blá. Pronto pra dizer "esse é meu íon!"? Hora do último teste, então: o ensaio específico.

Cada elemento, íon, átomo, molécula, complexo, sólido, líquido, gás, precipitado, colóide e whatever possui características próprias. O ensaio específico vai usar reações exatamente para o SEU íon/molécula e vai dizer simplesmente "é ele/ela" ou "não é ele/ela". Se não for, hora de procurar o detalhe que você deixou passar, talvez fosse simplesmente um íon parecido... Se for, parabéns! Você acaba de encontrar o seu íon!

Enjoy! :)






Postulado (para remover teias de aranha) por:

闇騎士. Yami Kishi. Ou Juliano.

3 comentários:

Lorena de Assis disse...

Brilhante!
"esse é meu íon!"


Adorei meesmo...

George Luis disse...

Eu achei o meu íon!
*como diria a Rainha de Sabá (chapolin ...): É essa que tá aqui atrás.*

Lu disse...

Adorei Ju .. você e o Viturico andam muito inspirados ! hauhahahauahuhaua
beijão e postem mais